#mimimi A difícil arte de se despedir de quem se ama (para @ascatia)

Eu queria fazer um post lindo de despedida para essa minha gêmea por opção, que esta semana deixa Florianópolis por conta de novos sonhos e planos.

Eu tentei.  Refiz mais de cinco vezes o texto. Cheguei a escrever mais de três parágrafos e então travei em todas as versões.

Prolixa que sou, deparei-me com a completa impossibilidade de expressar os sentimentos deste momento. E isso não é ruim, por mais que possa parecer. Poucas são as pessoas que me levam a esse ponto.

Felizmente acredito que ela saiba que as lágrimas que derramo aqui, do lado de cá da tela, dizem mais do que qualquer mimimi escrito.

Digo, então, apenas: Amo você, minha gêmea. Seja feliz em seu novo caminho e, principalmente, volte logo.

#mimimi Feliz Aniversário para o @Becher, o @MicBernardini e o @Tatato

image

Fazia tempo que eu não tinha uma sessão #mimimi aqui no blog. Aliás, fazia tempo que eu não postava nada por aqui (a máxima que inicia todos os posts). Nada melhor, então, do que retomar o prumo em um dia tão especial como este. E já aproveito para avisar: vão agora começar os clichês e as rasgações de seda. Se o título não lhe bastou para parar a leitura deste post, aviso que a partir de agora não está autorizado reclamar. Leia por sua conta e risco.

Não é qualquer dia que você pode comemorar o aniversário de três pessoas tão especiais. Eu tenho amigos que têm essa mania chata de fazer aniversário no mesmo dia, o que acaba te obrigando a se virar em três, no caso, para cumprir os protocolos. Mas eu falo como egoísta que sou, pois não divido minha data com mais ninguém, sequer com minha gêmea, pois tivemos a decência de nascer em dias seguidos. Isso não nos impede de comemorarmos juntas, mas garante que as egocêntricas aqui possam chamar os dias só de seus.

Contudo, não posso pautar o mundo por mim ou por minha gêmea. Nossa idiossincrasia não chega a tanto.

O certo é que pessoas que dividem aniversários, a despeito de qualquer conotação crítica que minhas afirmações acima possam ter transparecido, são generosas por natureza: generosas nos abraços acolhedores; generosas nos sorrisos sempre estampados nos rostos; generosas na atenção dedicada aos que os cercam. No entanto, creio que a maior generosidade que posso imputar a estes em especial é a de me aceitaram como amiga, mesmo eu estando longe de ser uma pessoa fácil de lidar e conviver.

O Mic foi o primeiro a entrar na minha vida. Afinidade instantânea, o que costuma ser um pouco raro por aqui. Provavelmente por sermos palhaços e compartilhamos interesses, como a fotografia. Essa, aliás, a atividade específica que nos uniu. O mais incrível é que já havíamos nos esbarrado em outra oportunidade e até comentado sobre o fato enquanto a amizade era apenas virtual. E de se espantar que em um grupo que iniciou tão grande por conta desse interesse em comum (fotografia), tenha depois se reduzido a meia dúzia e se encerrado em apenas dois.
É difícil falar de alguém que esteve em momentos tão importantes de sua vida, desde a alegria contagiante até a depressão. E talvez apenas isso já seja suficiente para destacar a importância desse vínculo. Porque amigos de verdade não compartilham apenas fotos em latas de lixo ou cartões postais do Rio de Janeiro. Compartilham cumplicidades que, no mais das vezes, não se expressam em palavras ou imagens.

O Tatato foi a aquisição mais recente. E isso não é nenhum demérito. Pelo contrário, apenas algo a se lamentar pela demora, pois figurinha que completa com maestria o álbum da melhor coleção do mundo. Uma pessoa inoxidável, cabriocárica e estrogonoficamente sensível. Daquelas que não têm tempo ruim e trata os amigos como a última bolacha calipso do pacote.
Não é qualquer um que pode se dar ao luxo de ter uma delicinha dessas em sua vida. Mas eu, apesar da lamentável atraso – causado por esse  destino maluco que teima em te deixar cruzar antes com o melhor que o mundo tem para oferecer -, posso hoje dizer que o tenho no meu núcleo mais precioso. E isso não apenas é motivo de orgulho como de muito prazer.

Amigos assim, como dizia meu querido tio Luis, não se encontra nem com luz de candeeiro.

Já o Becher é persona de singular inserção nesse meu clubinho quixeramobílico. Eu sabia seu nome; sabia que era contumaz visitante da memorável casa amarela que já foi minha vizinha; sabia que ele era um gaúcho de coração. Não sabia, contudo, que o conheceria pessoalmente no mesmo dia em que acalentaria meu buchinho devorador. De cozinheiro de singulares iguarias, passou a presença garantida em quase todos os eventos em que me encontrava e, finalmente, um conviva que faz falta quando em suas visitas recorrentes à capital do meu estado de nascimento.

Posso dizer hoje, com orgulho e admiração, que é a única pessoa com quem admitiria dividir meu marido. E se você pensou qualquer besteira ao ouvir essa frase, sinal de que não é merecedor de amizade como esta. Não se divide uma casa, logo após seu casamento, com pessoa que não seja digna dos melhores sentimentos que se possa nutrir. Não se divide os dias com quem não seja merecedor desses elogios. E, principalmente, não se divide as filhas gatas com quem não tenha um coração como o dele.

Hoje é, portanto, um dia de festa. Não apenas por ser o aniversário desses três lindos, mas sim por terem tornado, há mais ou menos tempo, minha vida muito mais colorida.

Obrigada, meus amores.

“Telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor”

Hoje postei no twitter uma referência ao documentário Ilha das Flores, de Jorge Furtado, datado de dezembro de 1988. Se você ainda não o viu – o que acredito ser bem improvável, já que bastante famoso -, recomendo que o faça.

Minha referência não dizia respeito à crítica social do vídeo. Apenas aproveitei a frase de lá tirada, que dá título a esse post ,para questionar se realmente todos os humanos podem ser definidos como detentores de telencéfalos altamente desenvolvidos, muito embora o polegar opositor seja, sim, um padrão.

Claro que esse questionamento não passa de uma brincadeira, pois realmente não creio que parcela dos humanos seja desprovida de telencéfalo altamente desenvolvido. Do contrário seriam galinhas, ou vegetais. O certo é que questionava apenas a capacidade de alguns de não aproveitarem todo o potencial desse telencéfalo altamente desenvolvido, nem que fosse para lavar a pilha de louça que se acumula na cozinha e parar de cuidar da vida alheia.

Ultimamente, aliás, falta pilha de louça para tanta vida cuidada.

update da frase, sugerido pelo amigo Telli: “telencéfalo com diferentes graus de desenvolvimento e polegar opositor”.

Voltando ao filme, eis o texto completo para os que se interessarem (inclusive sempre atual). Mas não deixem de (re)vê-lo:

Estamos em Belém Novo, município de Porto Alegre, Estado do Rio
Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, mais precisamente na
latidude 30 graus, 2 minutos e 15 segundos Sul e longitude 51
graus, 13 minutos e 13 segundos Oeste. Caminhamos neste momento
numa plantação de tomates e podemos ver a frente, em pé, um ser
humano, no caso, um japonês.

Os japoneses se distinguem dos demais seres humanos pelo formato
dos olhos, por seus cabelos lisos e por seus nomes
característicos. O japonês em questão chama-se Toshiro.

Os seres humanos são animais mamíferos, bípedes, que se
distinguem dos outros mamíferos, como a baleia, ou bípedes, como
a galinha principalmente por duas características: o telencéfalo
altamente desenvolvido e o polegar opositor. O telencéfalo
altamente desenvolvido permite aos seres humanos armazenar
informações, relacioná-las, processá-las e entendê-las. O polegar
opositor permite aos seres humanos o movimento de pinça dos dedos
o que, por sua vez, permite a manipulação de precisão.

O telencéfalo altamente desenvolvido somado a capacidade de fazer
o movimento de pinça com os dedos deu ao ser humano a
possibilidade de realizar um sem número de melhoramentos em seu
planeta, entre eles, plantar tomates.

O tomate, ao contrário da baleia, da galinha, dos japoneses e dos
demais seres humanos, é um vegetal. Fruto do tomateiro, o tomate
passou a ser cultivado pelas suas qualidades alimentícias a
partir de 1800. O planeta Terra produz cerca de 28 bilhões de
toneladas de tomates por ano.

O senhor Toshiro, apesar de trabalhar cerca de 12 horas por dia,
é responsável por uma parte muito pequena desta produção. A
utilidade principal do tomate é a alimentação dos seres humanos.
O senhor Toshiro é um japonês e, portanto, um ser humano. No
entanto, o senhor Toshiro não planta os tomates com o intuito de
comê-los. Quase todos os tomates produzidos pelo senhor Thoshiro
são entregues a um supermercado em troca de dinheiro.

O dinheiro foi criado provavelmente por iniciativa de Giges, rei
da Lídia, grande reino da Asia Menor, no século VII Antes de
Cristo. Cristo era um judeu.

Os judeus possuem o telencéfalo altamente desenvolvido e o
polegar opositor. São, portanto, seres humanos.

Até a criação do dinheiro, o sistema econômico vigente era o de
troca direta. A dificuldade de se avaliar a quantidade de tomates
equivalentes a uma galinha e os problemas de uma troca direta de
galinhas por baleias foram os motivadores principais da criação
do dinheiro. A partir do século III A.C. qualquer ação ou objeto
produzido pelos seres humanos, frutos da conjugação de esforços
do telencéfalo altamente desenvolvido com o polegar opositor,
assim como todas as coisas vivas ou não vivas sobre e sob a
terra, tomates, galinhas e baleias, podem ser trocadas por
dinheiro.

Para facilitar a troca de tomates por dinheiro, os seres humanos
criaram os supermercados.

Dona Anete é um bípede, mamífero, possui o telencéfalo altamente
desenvolvido e o polegar opositor. é, portanto, um ser humano.
Não sabemos se ela é judia, mas temos quase certeza que ela não é
japonesa. Ela veio a este supermercado para, entre outras coisas,
trocar seu dinheiro por tomates. Dona Anete obteve seu dinheiro
em troca do trabalho que realiza. Ela utiliza seu telencéfalo
altamente desenvolvido e seu polegar opositor para trocar
perfumes por dinheiro.

Perfumes são líquidos normalmente extraídos das flores que dão
aos seres humanos um cheiro mais agradável que o natural. Dona
Anete não extrai o perfume das flores. Ela troca, com uma
fábrica, uma quantidade determinada de dinheiro por perfumes.
Feito isso, dona Anete caminha de casa em casa trocando os
perfumes por uma quantidade um pouco maior de dinheiro. A
diferença entre estas duas quantidades chama-se lucro. O lucro de
Dona Anete é pequeno se comparado ao lucro da fábrica, mas é o
suficiente para ser trocado por 1 k de tomate e 2 k de carne, no
caso, de porco.

O porco é um mamífero, como os seres humanos e as baleias, porém
quadrúpede. Serve de alimento aos japoneses e aos demais seres
humanos, com exceção dos judeus.

Os alimentos que Dona Anete trocou pelo dinheiro que trocou por
perfumes extraídos das flores, serão totalmente consumidos por
sua família num período de sete dias. Um dia é o intervalo de
tempo que o planeta terra leva para girar completamente sobre o
seu próprio eixo. Meio dia é a hora do almoço. A família é a
comunidade formada por um homem e uma mulher, unidos por laço
matrimonial, e pelos filhos nascidos deste casamento.

Alguns tomates que o senhor Toshiro trocou por dinheiro com o
supermercado e que foram trocados novamente pelo dinheiro que
dona Anete obteve como lucro na troca dos perfumes extraídos das
flores foram transformados em molho para a carne de porco. Um
destes tomates, que segundo o julgamento altamente subjetivo de
dona Anete, não tinha condições de virar molho, foi colocado no
lixo.

Lixo é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos, numa
conjugação de esforços do telencéfalo altamente desenvolvido com
o polegar opositor, e que, segundo o julgamento de um determinado
ser humano, num momento determinado, não tem condições de virar
molho. Uma cidade como Porto Alegre, habitada por mais de um
milhão de seres humanos, produz cerca de 500 toneladas de lixo
por dia.

O lixo atrai todos os tipos de germes e bactérias que, por sua
vez, causam doenças. As doenças prejudicam seriamente o bom
funcionamento dos seres humanos. Além disso, o lixo tem aspecto e
aroma extremamente desagradáveis. Por tudo isso, ele é levado na
sua totalidade para um único lugar, bem longe, onde possa,
livremente, sujar, cheirar mal e atrair doenças.

O lixo é levado para estes lugares por caminhões. Os caminhões
são veículos de carga providos de rodas. Quando da realização
deste documentário, em 1989, os caminhões eram dirigidos por
seres humanos.

Em Porto Alegre, um dos lugares escolhido para que o lixo cheire
mal e atraia doenças foi a Ilha das Flores.

Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados. A
água é uma substância inodora, insípida e incolor formada,
teoricamente, por duas moléculas de hidrogênio e uma molécula de
oxigênio. Flores são os órgãos de reprodução das plantas,
geralmente odoríferas e de cores vivas. De flores odoríferas são
extraídos perfumes, como os que do Anete trocou pelo dinheiro que
trocou por tomates.

Há poucas flores na Ilha das Flores. Há, no entanto, muito lixo
e, no meio dele, o tomate que dona Anete julgou inadequado para o
molho da carne de porco. Há também muitos porcos na ilha.

O tomate que dona Anete julgou inadequado para o porco que iria
servir de alimento para sua família pode vir a ser um excelente
alimento para o porco e sua família, no julgamento do porco. Cabe
lembrar que dona Anete tem o telencéfalo altamente desenvolvido
enquanto o porco não tem nem mesmo um polegar, que dirá opositor.

O porco tem, no entanto, um dono. O dono do porco é um ser
humano, com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor
e dinheiro. O dono do porco trocou uma pequena parte do seu
dinheiro por um terreno na Ilha das Flores, tornando-se assim,
dono do terreno. Terreno é uma porção de terra que tem um dono e
uma cerca. Este terreno, onde o lixo é depositado, foi cercado
para que os porcos não pudessem sair e para que outros seres
humanos não pudessem entrar, o que faria do dono do porco um
ex-dono de porco.

Os empregados do dono do porco separam no lixo aquilo que é de
origem orgânica daquilo que não é de origem orgânica. De origem
orgânica é tudo aquilo que um dia esteve vivo, na forma animal ou
vegetal. Tomates, galinhas, porcos, flores e papel são de origem
orgânica.

O papel é um material produzido a partir da celulose. São
necessários 300 quilos de madeira para produzir 60 quilos de
celulose. A madeira é o material do qual são compostas as
árvores. As árvores são seres vivos. O papel é industrializado
principalmente na forma de folhas, que servem para escrever ou
embrulhar. Este papel, por exemplo, foi utilizado para elaboração
de uma prova de História da Escola de Segundo Grau Nossa Senhora
das Dores e aplicado à aluna Ana Luiza Nunes, um ser humano.

Uma prova de História é um teste da capacidade do telencéfalo de
um ser humano de recordar dados referentes ao estudo da História,
por exemplo: quem foi Mem de Sá? Quais eram as capitanias
hereditárias? A História é a narração metódica dos fatos
ocorridos na vida dos seres humanos. Recordar é viver.

Os materiais de origem orgânica, como os tomates e as provas de
história, são dados aos porcos como alimento. Durante este
processo, algumas mulheres e crianças esperam no lado de fora da
cerca na Ilha das Flores. Aquilo que os porcos julgarem
inadequados para a sua alimentação, será utilizado na alimentação
destas mulheres e crianças.

Estas mulheres e crianças são seres humanos, com telencéfalo
altamente desenvolvido, polegar opositor e nenhum dinheiro. Elas
não têm dono e, o que é pior, são muitas. Por serem muitas, elas
são organizadas pelos empregados do dono do porco em grupos de
dez e têm a permissão de passar para o lado de dentro da cerca.
Do lado de dentro da cerca elas podem pegar para si todos os
alimentos que os empregados do dono do porco julgaram inadequados
para o porco.

Os empregados do dono do porco estipularam que cada grupo de dez
seres humanos tem cinco minutos para permanecer do lado de dentro
da cerca recolhendo materiais de origem orgânica, como restos de
galinha, tomates e provas de história. Cinco minutos são 300
segundos. Desde 1958, o segundo foi definido como sendo o
equivalente 9 bilhões, 192 milhões, 631 mil 770 mais ou menos 20
ciclos de radiação de um átomo de césio quando não perturbado por
campos exteriores. O césio é um material não orgânico encontrado
no lixo em Goiânia.

O procedimento dos seres humanos que recolhem materiais orgânicos
no lado de dentro da cerca da Ilha das Flores é semelhante apenas
em objetivo ao procedimento de Dona Anete no supermercado. No
supermercado Dona Anete troca o dinheiro que trocou por perfumes
extraídos das flores pelo material orgânico; na Ilha das Flores
os seres humanos não têm dinheiro algum; no supermercado dona
Anete tem o tempo que julgar necessário para apanhar materiais
orgânicos mas não há provas de história disponíveis.

(A partir deste momento a câmera se fixa exclusivamente nas
mulheres e crianças no meio do lixo)

O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores numa posição
posterior aos porcos na prioridade de escolha de materiais
orgânicos é o fato de não terem dinheiro nem dono. Os humanos se
diferenciam dos outros animais pelo telencéfalo altamente
desenvolvido, pelo polegar opositor e por serem livres. Livre é o
estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o
sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém
que não entenda.

FIM

PS: texto extraído daqui.

Lápis x Câmera

Sabem aquelas fotos que possuem desenhos para se contrapor à realidade, ou melhor, sabem aquelas fotos em que desenhos são inseridos como se fizessem parte da realidade? Defina como achar melhor.

O que temos aqui é um grupo desse trabalho feito por Ben Heine, artista nascido na Costa do Marfin que atualmente reside e trabalha na Bélgica. Apesar de possuir lindas fotos, percebe-se claramente que apaixão do rapaz é pela edição, das mais variadas.

Eu curti essas do projeto pencil vs camera:

Via Olybop.

#mimimi Feliz Aniversário, geleinha @renatadiem

Fazia tanto tempo que eu não escrevia por aqui e mais ainda que não atualizava a sessão mimimi, que mais do que merecido que esse retorno, digamos que duplo, fosse em grande estilo.

Hoje, 10 de abril de 2012, comemora-se mais um aniversário dessa pessoa tão especial em minha vida. Vamos, antes, deixar de lado o número de outonos por ela já vididos – o que eu acho uma bobeira, pois parece muito mais nova que a idade que consta em sua certidão de nascimento – e nos concentrar nas primaveras que já passou ao meu lado.

Sim, porque nos conhecemos em uma primavera – ao menos assim eu me lembro -, em meio a tantos amigos que hoje podem ser contados em uma única mão, seja porque se perderam no caminho, seja porque nunca receberam efetivamente esse adjetivo (eu sei que se trata de substantivo, mas me deixem exercer minha liberdade poética).

Não vou fingir e tornar essa história mais mimizenta do que efetivamente é: não foi amor amizade à primeira vista, tanto que depois disso passamos longo período sem nos vermos e conversando apenas pela internet, em comentários de flickr.

Alguns anos se passaram e quis o destino, com suas eternas ironias, que nos reencontrássemos em momento singular de nossas vidas. Os cabelos podiam ser bem diversos dos de outrora, mas as experiências pessoais muito similares.

E, afinal, não dizem que são as dores ou as alegrias que unem as pessoas? Optamos por ambas, não necessariamente ao mesmo tempo e não necessariamente separadas.

Foi muito importante ter um ombro amigo nos momentos de negação, nos momentos de raiva, nos momentos de negociação, nos momentos de depressão, no momento de aceitação (sim, compartilhamos as cinco fases do luto de cada uma).

Mas, principalmente, foi muito importante ter um ombro para me escorar nos dias de bebedeiras.

Entramos em tamanha sintonia que ela conseguiu perceber, antes de mim, que eu estava cansada, que eu estava curada, que eu estava encantada, que eu estava enojada e, até mesmo, que eu estava apaixonada.

E uma pessoa assim, que foi capaz de perceber tantas coisas antes de mim ou concomitantemente, que acreditou em um romance quando ele ainda era duvidoso para os próprios envolvidos, que apoiou as maiores loucuras e ajudou a erguer dos piores tombos, por certo que não poderia ser nada menos do que minha madrinha, minha comadra, minha testemunha e minha cúmplice em momento tão importante meu.

Nossas confidências vão dos temas mais profanos aos mais sublimes (sem que um exclua o outro); nossas brigas geralmente são ridículas e superficiais; nosso amor é incondicional e profundo; nossa amizade, rogo, será sólida e permanente.

Por isso hoje, apesar de ser o SEU dia, serei egoísta e desejarei coisas para mim: que você continue sempre ao meu lado; que seu ombro e colo estejam sempre dispostos a me acolher; que os amigos (eu) sejam presença constante em sua vida; que possamos continuar a dividir as alegrias e as tristezas, independente de suas intensidades.

Apesar de essa ser uma época de reclusão – não para mim, claro – e uma pequena depressão – novamente, não no meu caso – pela errônea impressão de que a vida escorre pelos dedos com muita rapidez, espero que você tenha claro que, embora seja sempre bom fazer o que amamos e verbalizar tal sentimento aos que nos cercam o mais rápido possível, pois amanhã não sabemos se estaremos vivos (né, Becher?), sempre há tempo para (re)começos, para (re)descobertas.

Apesar de todos os dias, quando acordamos, não termos mais o tempo que passou, ainda temos muito tempo. Temos todo o tempo do mundo…

Obrigada por voltar para minha vida. Amo você.

.

PS: “Geleinha” é um daqueles segredos profanos, ou sublimes, que citei acima.

Marvel + Disney = funciona?

Será que os fãs da Marvel ficarão bravos com essa releitura dos personagens da Disney?

Eu achei que ficou ótima a mistura. E vocês?

 

 

 

 

 

 

 

 

Vi aqui e aqui.

Zumbis ‘animados’

Se você curte personagens de desenhos/quadrinhos (posso falar assim sem ser esculhambada?) e de zumbis, pode ser que curta essa série de retratos de personagens famosos zumbizados.

Confesso que o Charlie Brown me chocou um pouco, mas adorei o resultado de todos.

 

 

Mais no site do artista.

Vi aqui.

 

 

O que você ensina para seus filhos?

20111216-004002.jpg

Eu não devia escrever este texto agora, até porque o fatos ainda estão muito confusos – ainda que o vídeo pareça bem real -, sem que se saiba a data desse crime (sim, no mínimo um crime), sua autoria etc. Além disso, chorei muito ao assisti-lo e estou influenciada pelos sentimentos daí decorrentes.
Estou falando do vídeo que está rolando na internet de uma suposta enfermeira que matou um yorkshire com pancadas e outros tantos métodos de tortura (não recomendo assistir ao vídeo, e nem vou aqui postá-lo, mas se o vir, saberá que o termo está sendo usado adequadamente).
Confesso que fiquei igualmente indignada com a pessoa que filmou a cena e nada fez. Mas pode ser que se trate de alguma empregada doméstica e, por tal razão, com medo de intervir e acabar perdendo seu emprego.
Eu, contudo, teria berrado aos quatro ventos e invadido a casa desse ser, que pensa que um animal de estimação (estranho falar em estima no caso) não passa de mais um objeto descartável, e arrancado o pobre bichinho de lá. Talvez até lhe dado uns petelecos, ou não, já que minha violência não pode ser validada pela dela.
A questão é que, apesar de todo o horror do quadro encontrado naquele vídeo, talvez a pior cena seja aquela criança, de não mais de três anos, assistindo a tudo. Provável, até, que o cãozinho fosse seu, como um desses presentes de pais nada responsáveis, que não pensam nas consequência de se adotar um bichinho.
Como esperar que essa criança, mais adiante, reconheça o direito do próximo, animal racional ou irracional, se convivendo com exemplos tão grotescos e deturpados? Porque não adianta: criança não aprende apenas com conselhos e palmadas (agora finalmente proibidas), mas sim, e principalmente, com exemplos, imitando os mais próximos, principalmente aqueles que deveriam ser seus heróis.
Talvez a criança nem lembre da cena daqui algum tempo – muito embora algumas correntes psicológicas afirmem que isso irá interferir em sua personalidade ainda que inconscientemente -, mas será que os exemplos maternos do gênero se resumem a esse único e exclusivo ato?
Conversando há pouco com amigos, falamos sobre a hipótese de essa mulher não ser uma pessoa normal. Infelizmente, parece-me que isso pouco tem de loucura. Tantos são os casos de violência hoje em dia que temo que os não normais somos nós, que ainda nos espantamos com coisas do gênero.
Espero estar errada.

PS: encontrei no Google sites dando nome, telefone, endereço e afins da “suposta” agressora. Justamente por ser “suposta”, creio que devemos tomar muito cuidado. Só interessa, nesses momentos, às autoridades competentes tais dados. Até porque o risco de se estar usando dados de pessoal absolutamente alheia ao caso é grande. E, ainda que não o seja, não cabe a nós fazermos justiça com as próprias mãos.

PS2: direto do IPhone, desculpem os erros.

Update: parece que a agressora já foi, realmente, identificada e a ex-Senadora Heloísa Helena a teria denunciado ao Ministério Público de Goiás (li aqui)

Projeto Comic Sans

Eu nunca entendi muito bem essa birra dos designers com a fonte Comic Sans. Mas quem sou eu para questionar as técnicas e preferências de uma profissão que pouco conheço.

Um grupo de entendedores do assunto, contudo, resolveu ir de encontro a essa ojeriza coletiva e lançar um projeto em que diversas marcas famosas têm suas fontes substuídas pela malfadada Comic Sans.

E não é que muitas ficaram bem interessantes? Ao menos eu achei.

O que vocês acharam?

Você pode ver mais imagens no Tumblr do Projeto.

Vi aqui.

 

Porque dá para ser feminista e curtir cosméticos! (@GlossyBoxBrasil)

Estão vendo a última frase da minha bio ali ao lado?

Pois então, não deixei de ser feminista porque estou não apenas comprando, mas também falando sobre cosméticos e “beleza” (muitas aspas aqui, ok?). Tenho plena noção das influências culturais machistas neste conceito – que vão desde tipo, cor e corte de cabelo, até peso, cor da pele e assim por diante – e que a ditadura da “beleza” acaba levando muit@s a realizarem os mais horrendos procedimentos, arriscando a própria vida para isso. Isso, contudo, não me tira o direito de querer pintar as unhas de vez em quando – e põe de vez em quando isso -, de usar corretivo todas as manhãs porque não gosto de minhas olheiras, de mudar de cabelo todo mês etc., e, ao mesmo tempo, continuar me intitulando feminista.

Se há algo pelo qual sempre lutei foi pelo direito de cada um fazer o que bem entender da sua vida, desde que, claro, tenha compreensão exata da origem de suas escolhas – que bem sabemos é humanamente impossível de ser absolutamente isenta. Ser feminista não significa ser avessa ao casamento – vou casar, aliás – ou à idéia de uma mulher decidir trabalhar apenas em casa, cuidando da família. Tais fatos, contudo, hão de ser uma escolha, livre – na medida do possível – de imposições culturais machistas ou não.

No fundo, deve-se buscar ser feliz, com cabelo desgrenhado ou chapinha, ou os dois, desde que nos seja permitido escolher, sem a exigência de que preciso ser feminista que não escova o cabelo ou feminina que só vive para escová-lo.

Tecidas essas considerações iniciais, quero deixar claro: este blog vai virar um apanhado de posts sobre “coisinhas de mulher”? Não sei. Isso depende muito do seu conceito de “coisinhas de mulher”. Continua sendo um blog feminista, fale eu ou não de esmaltes ou cortes de cabelos.

O que sei é que há pouco tempo descobri a GlossyBox por meio da Lu, do blog Primeira à Esquerda, e resolvi experimentar essa idéia. Incrivelmente, sem que tivéssemos conversado sobre, minha gêmea Catita resolveu fazer o mesmo. Mas como ela pode, já meteu o pé na jaca e encarou a edição Premium.

A Glossybox consiste em uma assinatura mensal de uma caixa, que pode ser a Beauty (Produtos de beleza de marcas como Boticário, Natura, Risqué, Dove, Oceane, Kleenex e Vitalife), por 23 pilas, ou a Beauty Premium (Produtos de beleza de marcas como Clinique, Clarins, RoC, Calvin Klein, Bourjois, Art Deco e Revlon), por 39 pilas, com 4 a 6 amostras e miniaturas de produtos de beleza enviados de acordo com seu tipo de pele e interesses (você preenche um questionário e diz quais produtos gostaria de receber).

Mas porque eu, uma pessoa que nunca foi ligada nessas coisas, cujos produtos costumam vencer praticamente intactos nas gavetas, resolveu aderir a esse serviço? Justamente por essa razão. Porque assim não gasto dinheiro com algo que não irei gostar/usar e posso provar aqueles que nunca compraria se não fosse essa oportunidade.

Não posso dizer que fiquei decepcionada com minha primeira Glossybox, porque afinal é a primeira e eu não tinha muita noção do que esperar. Mas a caixa do mês passado estava bem interessante, então criei algumas expectativas.

Assim como a Catita, vou dar mais uma ou duas chances para 0 serviço antes de cancelá-lo (é possível fazê-lo a qualquer momento, sem multa ou congêneres). Talvez ainda me surpreenda positivamente, não é?

Vamos, então, ao conteúdo da minha primeira Glossybox (de novembro):

MÁSCARA DE DEFINIÇÃO INTENSA DE CÍLIOS SUPERMAGNIFY – AVON

Segundo a descrição: para um olhar 1000x mais poderoso. A Supermagnify possui partículas esféricas que repelem umas às outras, evitando que os cílios grudem entre si. Com aplicador de 1000 cerdas, você alcança até os menores cílios.

Ok, é um rímel. E da Avon (que testa em animais, o que se tratando de cosméticos, é quase uma horrível regra). Muito embora esse seja um dos poucos itens diários que faço uso, achei que deixou bastante a desejar. Cumpre o que promete no quesito não grudar os cílios. Mas não dá volume nem muito realce (talvez se passar bastante, mas sou alérgica e não rola). Para quem, ao contrário de mim, tem poucos cílios, não parece ser uma boa pedida.

ESMALTES AMARELINHA E CASTELO DE AREIA COLEÇÃO A-DO-LE-TA – AVON

Segundo a descrição: um convite para que as mulheres resgatem sua infância… com cores alegres, lúdicas e divertidas… Com esse esmalte de longa duração, a diversão está garantida.

Pois é, olha a Avon aí outra vez. Neste quesito, nada mais a acrescentar.

Apesar de as cores não serem muito do meu agrado – o segundo já estava devidamente mal passado nas unhas -, realmente parece ser fiel à promessa de durabilidade. Talvez por conta de sua características meio borrachenta (não entendo nada disso, corrijam-me as pessoas que entendem). Infelizmente essa mesma característica não me agradou muito. Apesar de fácil de tirar sem acetona (só puxar o excesso, que estica como uma borracha), achei a aparência meio estranha. Culpa da cor, talvez.

Vou achar alguém para recebê-los como doação. Próximo?

HEAD & sHOULDERS CREME DE TRATAMENTO ANTICASPA – P&G

Segundo a descrição: Nas versões Hidratação e Proteção Contra Queda, o creme de tratamento anticaspa h&s tem uma fórmula exclusiva que deixa o couro cabeludo saudável e o cabelo maravilhoso em apenas 1 minuto.

Diz a P&G que está reduzindo o uso de animais em seus testes. Ou seja, ainda faz uso (essa caixinha não vai se salvar desse mal?).

O produto tem uma consistência bem pastosa, mas não é difícil de ser espalhado no couro cabelo, mesmo para mim que uso megahair de queratina. Comecei a testá-lo ontem, mas já achei bom o resultado em apenas uma aplicação.

OFF! COSMETIC – S.C.Johson

Segundo a descrição: para mulheres que gostam de curtir a vida ao ar livre. Possui ação hidratante e deixa sua pele com textura e perfume suaves. Sua fórmula exclusiva protege contra os mosquitos de forma delicada.

Realmente a caixinha não conseguiu passar no quesito teste em animais, pois o último item também é de empresa constante na lista do PETA. Foi como eu disse, nessa área é difícil salvar-se alguma.

Quanto ao produto em si, não costumo fazer uso de repelentes, mas a consistência deste me pareceu interessante e será testado muito em breve. Ponto negativo para o fato de ser uma amostrinha muito pequena (30 ml).

A Glossy possui muitos outros serviços, como compra de “produtos de marca” por preços interessante – para as assinantes – e um blog que parece muito interessante para quem se interessa por moda e afins.

A caixinha deste mês deixou a desejar, mas vamos ver o que a dezembro nos guarda (um produto ao menos de empresa que NÃO TESTA em animais, por favor?).

Se você se interessou e quiser assinar a GlossyBox, pode fazê-lo por aqui e acaba me ajudando a ganhar pontos (nunca ganho nada com este blog, então uns pontinhos não iriam mal).